Acerca do Museu do Trigo

 Resenha Histórica

O designado engenho da Lomba do Loução situa-se, geograficamente, na Lomba do Alcaide, junto à Ribeira do Engenho, vulgo Ribeira dos Bispos. Ocupa uma área total de 550m2 e possui uma área edificada de 304m2.

Este foi construído por volta de 1854, funcionando, também durante algum tempo como moagem. Foi uma ideia trazida da Alemanha por um emigrante, natural da Lomba do Loução, com o propósito de servir em particular os concelhos de Povoação e Nordeste.
A ideia consistia na construção de uma casa em “pedra mole” da Povoação e madeira, na qual existia duas máquinas; uma debulhadora e uma tarara, cuja madeira utilizada era a acácia.
A principal função da debulhadora era a extracção da palha e do grão. Este ia, directamente, para a tarara, onde era separado da pragana (casca que reveste o trigo) e limpo através de um ventilador em madeira que se encontrava dentro da mesma.
Dada a sua localização junto à Ribeira dos Bispos, a sua água funcionava como força motriz para o funcionamento do mesmo, através de uma pequena levada desviada da ribeira.
A água que era desviada, descia por um túnel de acesso à roda principal (a maior de todas as rodas) enchendo as gavetas da mesma, de forma a esta ficar pesada e fazer com que todo o sistema, ligado através de correias em pele de camelo, funcionasse. A madeira utilizada para o fabrico das rodas era a acácia, pois esta era resistente à água.
De meados do séc. XIX até 1973 o Engenho continuou ativo.
A recessão cerealífera que se fez sentir por toda a ilha, em meados do séc. XX, fez com que o edifício ficasse dotado ao abandono, permanecendo assim por mais de duas décadas.

Em 1995, a Câmara Municipal da Povoação adquiriu o conhecido Engenho com o propósito de o reconstruir e transformá-lo em Museu Etnográfico.
A sua reconstrução manteve-se fiel à traça original, portas e janelas feitas em criptoméria, havendo apenas algumas alterações interiores, (escadas), com a finalidade de melhorar os acessos às diversas divisões.
A 31 de julho de 2004, o outrora engenho da Lomba do Loução, abriu as portas como Museu Etnográfico do Trigo, único na Ilha de São Miguel.
Desde a sua abertura como Museu, até ao momento já recebeu mais de 15 mil visitantes, entre os quais: nacionais, locais e estrangeiros.

 

Roteiro Turístico

O Museu do Trigo da Povoação é uma construção de meados do séc. XIX e está fora de funcionamento há mais de trinta anos, sendo agora uma atração turística, funcionando como único Museu Etnográfico de Trigo na ilha.
Rodeado de um verde luxuriante e ladeado por uma ribeira de águas cristalinas, o Museu do Trigo, é um ótimo ponto de paragem para quem visita o Concelho da Povoação.  
Existem duas vias de acesso ao Museu do Trigo: Lomba do Alcaide e Lomba do Loução.
O Museu do Trigo está identificado por uma pedra, lapidada à mão, com o logótipo do mesmo. O acesso feito em paralelepípedos de pedra conduz-nos à entrada do Museu, onde está situada a roda principal que é a responsável por todo o funcionamento das máquinas no interior do edifício.
De seguida passa-se para uma sala onde existem três rodas. A primeira está ligada à roda principal estando as restantes anexas a um tambor; a roda maior é a responsável pelo funcionamento da debulhadora e a menor pelo funcionamento da tarara.
O acesso à sala seguinte é feito através de escadas em pedra, (pedra da Povoação), onde nos deparamos com as máquinas; a maior é a debulhadora e a menor a tarara cada qual com a sua função: debulhar e limpar.
Passamos de imediato à sala de exposição permanente que é feito pelo exterior através de escadas de madeira. De salientar que estas no passado eram escadas de mão. Nesta sala encontra-se um cilindro em ferro por onde o trigo era colocado, seguindo directamente para a debulhadora. Aqui, também encontramos alguns painéis explicativos sobre: o trigo, a sua utilização nas tarefas quotidianas e suas alfaias.
Por fim, passamos para a sala privativa do dono do engenho. Esta era utilizada como armazém do proprietário para guardar o trigo com que era pago pelos serviços prestados (debulha do trigo). A mesma servia também como dormitório uma vez que o engenho trabalhava, nos meses de julho e agosto, durante 24 horas, como tal, o proprietário fazia turnos com outros trabalhadores que passavam a noite no engenho.
Atualmente, esta sala é utilizada como sala de chá, de exposições de artesanato e de produtos locais.
Sendo o Museu um ponto de encontro entre o passado e o presente, este é um óptimo exemplo de habilidade e engenho que herdamos dos nossos antepassados.

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